Diagnóstico de TDAH: será mesmo que o que não tem remédio, remediado está?

Autores

  • Edilene Teixeira de Souza Mestre em Educação, professora da Secretaria de Educação do GDF, DF
  • Emília Carvalho Leitão Biato Doutora em Educação, professora da Universidade de Brasília, DF

DOI:

https://doi.org/10.58203/Licuri.22565

Palavras-chave:

Saúde

Resumo

A normatização da vida tem como consequência a conversão dos problemas próprios de quem vive, em doenças ou transtornos. Tudo o que desvia da força normativa acaba sendo transformado em doença ou problema individual. Nesse sentido, este artigo se propõe a problematizar a importância dada ao diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e consequentemente, pensar criticamente sobre a medicalização da aprendizagem no contexto escolar. Para tanto, parte-se da revisão de literatura, com ênfase em conceitos sobre normalidade, diferença e tradução. Além disso, apresenta-se um estudo realizado com adultos que possuem diagnóstico de TDAH, que fazem ou fizeram uso de medicação, como parte do tratamento. Utiliza-se a Otobiografia como método de escuta biográfica de vivências para pensar sobre as diferentes nuances que envolvem a questão. Dentre as conclusões, aponta-se a necessidade de criar novos procedimentos que favoreçam a valorização das diferentes formas de aprender, ser, agir e pensar, como sinal de uma educação efetivamente inclusiva.

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Referências

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Publicado

08.03.2024

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