Diagnóstico de TDAH: será mesmo que o que não tem remédio, remediado está?

Autores

  • Edilene Teixeira de Souza Mestre em Educação, professora da Secretaria de Educação do GDF, DF
  • Emília Carvalho Leitão Biato Doutora em Educação, professora da Universidade de Brasília, DF

DOI:

https://doi.org/10.58203/Licuri.22565

Palavras-chave:

Saúde

Resumo

A normatização da vida tem como consequência a conversão dos problemas próprios de quem vive, em doenças ou transtornos. Tudo o que desvia da força normativa acaba sendo transformado em doença ou problema individual. Nesse sentido, este artigo se propõe a problematizar a importância dada ao diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e consequentemente, pensar criticamente sobre a medicalização da aprendizagem no contexto escolar. Para tanto, parte-se da revisão de literatura, com ênfase em conceitos sobre normalidade, diferença e tradução. Além disso, apresenta-se um estudo realizado com adultos que possuem diagnóstico de TDAH, que fazem ou fizeram uso de medicação, como parte do tratamento. Utiliza-se a Otobiografia como método de escuta biográfica de vivências para pensar sobre as diferentes nuances que envolvem a questão. Dentre as conclusões, aponta-se a necessidade de criar novos procedimentos que favoreçam a valorização das diferentes formas de aprender, ser, agir e pensar, como sinal de uma educação efetivamente inclusiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BIATO, E. C. L; CECCIM, R. B.; MONTEIRO, S. B. Processos de criação na atenção e na educação em saúde. Um exercício de “timpanização”. Physis - Revista de Saúde Coletiva, v. 27, n. 3, p. 621-640, 2017. Acesso em: 29 abr. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-73312017000300013.

BORDINI, Daniela; ORSI, Paula; GATTÁS, Ivete G.; MERCADANTE, Marcos T. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. In: FALCÃO, Luiz F. R. (org.). Manual de Psiquiatria: Manual do Residente da Universidade Federal de São Paulo. Associação dos Médicos Residentes da Escola Paulista de Medicina, São Paulo, Gen-Roca, 2010, p. 314-318.

CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

DERRIDA, Jacques. Torres de Babel. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

FOUCAULT, Michel. O Nascimento da Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense - Universitaria, 1982.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: o nascimento da prisão. 20. ed. São Paulo: Vozes, 1999. p. 117-125.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

ILLICH, Ivan. Limits to medical nemesis: The expropriation of health. Toronto: Mario Boyars. London, 1975.

ILLICH, Ivan. Sociedade sem Escolas. Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

MALUF, Sônia Weidner. Gênero, saúde e aflição: políticas públicas, ativismo e experiências sociais. In: MALUF, Sônia Weidner; TORNQUIST, Carmen Susana. (org.). Gênero, saúde e aflição: abordagens antropológicas. Santa Catarina, 2010. p. 21-67.

MONTEIRO, Silas Borges. Quando a pedagogia forma professores: Uma investigação otobiográfica. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

MONTEIRO, Silas Borges. Otobiografia como escuta das vivências presentes nos escritos. Educação e Pesquisa, v. 33, n. 3, p. 471-484, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-97022007000300006. Acesso em 27 abr. 2023.

MONTEIRO, Silas Borges. Labirinto Otobiográfico. In: CORAZZA, S. M. (org). Métodos de transcriação: pesquisa em educação da diferença. São Leopoldo: Editora Oikos, 2020.

NERUDA, Pablo. Extravagário. Chile: Lozada, 1958.

NIETZSCHE, Friedrich W. Ecce homo: como alguém se torna o que é. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

ROCHA, Ana Maria; SILVA, Antônio Ricardo. Em terra alheia, pisa no chão devagar. In: ROCHA, Paulina Schmidtbauer (org.). Cata-ventos: Invenções na clínica psicanalítica institucional. São Paulo: Escuta, 2006.

ROUDINESCO, Elisabeth. O eu soberano: ensaio sobre as derivas identitárias. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.

SZASZ, Thomas. Ideologia e doença mental: Ensaio sobre a desumanização psiquiátrica do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

ZOLA, Irving Kenneth. Medicine as an institution of social control. In: CONRAD, Peter (org.). The sociology of health e illness: critical perspectives. Nova Iorque: Worth Publishers, 2005. p. 432-442.

Downloads

Publicado

08.03.2024

Artigos Semelhantes

<< < 3 4 5 6 7 8 9 10 11 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.