Cultura, colonialidade e natureza sagrada presente no povo Xukuru: uma cosmovisão antropológica do Toré
DOI:
https://doi.org/10.58203/Licuri.83533Palavras-chave:
Antropologia, Provos tradicionais, Meio ambienteResumo
O presente artigo propõe uma análise do pensamento de Mintz (2009) e de Wagner (2010) observando a construção da noção de cultura clássica e a presença do papel do eurocentrismo nesse processo. Posteriormente a cultura passa a ser analisada a partir de teóricos contemporâneos pós críticos sob formas de colonialidades, estereótipos, violências e epistemicídios que atingem os povos indígenas. E mostrará a construção cultural do povo Xucuru de Ororubá – PE a partir do ritual do Toré e seus significados simbólicos e relação com a natureza sagrada. Propõe como objetivo geral: analisar a construção da concepção de cultura perpassando os paradigmas clássicos e contemporâneos da antropologia, enfatizando o colonialismo e os rituais sagrados presentes no Toré do povo Xucuru e sua relação com a natureza sagrada enquanto forma de cultura e resistência. A metodologia abordada nesta pesquisa é qualitativa e pautada em uma pesquisa bibliográfica pós-crítica cujas epistemes são um convite ao mundo da cultura. Como resultado de análise, evidenciou-se nessa pesquisa que ainda é forte as manifestações eurocentradas de se pensar a cultura da etnia indígena e o quando é necessário que se debata a esse respeito, se pesquise e se combata ideias contaminadas por colonialidades.
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