O uso de oficinas e da arteterapia no atendimento de mulheres em situação de violência

Autores

  • Gabriela Arcuschin de Oliveira Psicóloga, mestranda do Curso de Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp
  • Eduardo Fraga de Almeida Prado Professor Doutor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo
  • Renato Santos de Oliveira Filho Professor da Unifesp; Coordenador do Curso de Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual da Unifesp
  • Denise Nicodemo Professora doutora do Curso de Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual da Unifesp e do Instituto de Ciência e Tecnologia – ICT Campus de São José dos Campos – Unesp
  • Linda Omar Bernardes de Alvarenga Professora Orientadora do Curso de Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual da Unifesp

DOI:

https://doi.org/10.58203/Licuri.21401

Palavras-chave:

Saúde

Resumo

A violência contra a mulher ainda é muito presente atualmente. Por isso faz-se necessária a instauração de práticas eficazes de cuidado com esta população. Dentre estas, é possível considerar a arteterapia como uma intervenção que oferece recursos artísticos para facilitar a expressão e comunicação dos afetos. Diante deste cenário foi realizado um estudo exploratório sobre o uso de oficinas e da arteterapia no atendimento a mulheres em situação de violência. Trata-se de pesquisa qualitativa e exploratória, com observação participante em 5 (cinco) oficinas em Centros de Referência no atendimento a mulheres em situação de violência e vulnerabilidade em São Paulo. Foram coletadas informações em 5 (cinco) entrevistas semiestruturadas. Os dados foram categorizados em: (1) motivação, interesse e experiências no trabalho com mulheres em situação de violência; (2) recursos e técnicas utilizadas nas oficinas, (3) percepção da população atendida; (4) efeitos observados e (5) propósito da oficina. Identificaram-se aspectos positivos do uso de oficinas no atendimento a mulheres em situação de violência. O fazer artístico mostrou-se facilitador do processo de resgate da subjetividade. A atividade artística possivelmente auxiliou na recuperação da espontaneidade, criatividade e autoestima, que a situação de violência possa ter prejudicado. A partir do compartilhamento de vivências entre as participantes das oficinas, pode-se pensar na emergência de conflitos conscientes e inconscientes através das atividades propostas. Verificou-se que esta modalidade terapêutica pode trazer benefícios para a população em situação de violência e vulnerabilidade, propiciando de forma não invasiva, um espaço para acolhimento e elaboração dos afetos.

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Publicado

18.12.2023