O sujeito empreendedor como modelo formativo e como modo de governamentalidade da escola contemporânea

Autores

  • Ademir Henrique Manfre Universidade do Oeste Paulista

DOI:

https://doi.org/10.58203/Licuri.20660

Resumo

Neste capítulo, buscou-se desenvolver uma breve revisão teórica crítica a respeito da temática empreendedorismo e educação escolar. É resultado de elaborações teóricas e práticas desenvolvidas junto à disciplina “Teorias e Tendências Educacionais no Brasil” ministrada junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade do Oeste Paulista. Desse modo, pontuou-se como objetivo geral da presente discussão investigar o papel desempenhado pela cultura do desempenho no direcionamento dos processos formativos na escola contemporânea. Partiu-se dos seguintes questionamentos: por qual motivo inserir a cultura do empreendedorismo nas escolas? O que temos feito de nós mesmos sob as formas de controle da vida? A partir de uma abordagem analítica foucaultiana, pretendeu-se analisar as consequências da governamentalidade na formação escolar, investigando os modos como a educação se associa às artes de governamento, tomando a crítica foucaultiana como forma de questionamento, de tensão e de não ser governado dessa forma diante dos excessos de governamento na formação escolar. A ideia é compreender a noção de crítica foucaultiana como elemento de resistência aos discursos do empreendedorismo na contemporaneidade.

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Publicado

07.08.2023

Edição

Seção

Capítulos do Livro